APDCA – Quando é que a AutoLombos iniciou a sua atividade e quando é que se tornaram associados da APDCA?
Pedro Donas – A Autolombos, que fica situada na Quinta dos Lombos, em Carcavelos, nasceu em 2004 como especialista em automóveis usados das marcas Audi, Volkswagen e Skoda. Entretanto, mudámos a estratégia de negócio e passámos para um conceito multimarcas que nos tem trazido grandes sucessos. A nossa ligação inicial com a APDCA foi logo na fundação da Associação, em 2017. Estivemos um período afastados, mas, entretanto, voltámos a ser associados.
APDCA – Quais são os principais desafios que enfrenta na sua atividade e de que forma a APDCA pode ajudar a enfrentá-los?
Pedro Donas – O setor enfrenta imensos desafios, desde logo na profissionalização dos atores. As empresas precisam de ser (ainda) mais profissionais na sua relação umas com as outras, com as diferentes entidades externas e com os seus clientes. Reconhecemos que tem havido uma grande evolução nesse sentido e que a APDCA muito tem feito para apoiar esse movimento, credibilizar o setor e dar uma voz mais pujante aos empresários do comércio de automóveis usados, mas ainda há muito que podemos fazer. Mais uma vez, achamos que a falta de regulamentação do setor também tem atrasado esse processo, já que abre portas à concorrência desleal na atividade. Podemos dar um exemplo. Nós importamos (ou importávamos, porque agora os preços lá fora também começaram a subir) muitos automóveis. Pagamos tudo, impostos direto e indiretos, damos garantias, temos uma “casa” aberta todos os dias… Em compensação, temos “concorrentes” que vão lá fora, importam carros em nome da filha, do filho, da sogra, do primo, não pagam nada e depois vendem o mesmo automóvel, sem qualquer tipo de garantia, por menos 3000€ e, muitas vezes, com margens maiores do que as nossas. Agora, digam-me como é que conseguimos concorrer com isto? Obviamente que, um cliente que se preocupe apenas com o preço, vai comprar as estas pessoas.
APDCA – Já tirou partido de alguns serviços da APDCA?
Pedro Donas – Já tirámos partido várias vezes e arrependidos estamos de termos saído e não aproveitarmos mais o apoio que nos prestam. Falo, por exemplo, do processo da criação da figura de intermediários de Crédito, que tratámos sozinhos e fomos obrigados a passar por aquela burocracia toda. Neste momento, valorizamos cada vez mais a oferta formativa e o apoio direto ao associado. A Sandra Guerra ajudou-nos muito com o certificado digital, por exemplo. Depois de uma má experiência com outra Associação, o apoio e a competência da APDCA são uma lufada de ar fresco…
APDCA – A que matérias julga que a APDCA deveria dedicar mais atenção e concentrar esforços?
Pedro Donas – Como referi há pouco, e nunca é demais elogiar o papel da APDCA, acho que a aposta terá de continuar a ser em promover a união entre as empresas do setor de modo que nossa voz se faça ouvir com maior amplitude. Temos de mudar muita coisa, mas principalmente apelar à regulamentação devida de todos os players envolvidos. Não estamos contra os “particulares” que querem vender automóveis usados, mas então que o façam com regras justas para todos e que haja fiscalização. Não podemos continuar neste marasmo em que nós somos alvo de constantes fiscalizações e obrigados (e bem) a oferecer um serviço de qualidade e a pagar todos os impostos devidos, e depois há outros players no mercado, que todos conhecem e sabem quem são, que não precisam de respeitar nada nem ninguém. É aqui que a APDCA tem um papel fundamental. Não só pela posição pró-ativa que tem vindo a assumir junto das entidades governativas como pelo papel que tem desempenhado em prol do reforço do espírito de união. Resta agora aos empresários do setor reconhecer esse papel e unirem-se em torno das objetivos comuns.