APDCA – Há quantos anos existe a Salsamotor? Como é que conheceram a APDCA e há quantos anos são nossos associados?
Paulo Salsa – A Salsamotor existe há cerca de 27 anos. Estamos sedeados em Albergaria-a-Velha e dispomos de dois stands de vendas: na zona Industrial de Albergaria-a-Velha, junto ao IC2, e na Branca, também junto ao IC2. Contamos ainda com oficina própria que fica situada em Albergaria-a-Nova.
Conhecemos a APDCA menos de um ano após a sua criação, através de um dos membros fundadores, e decidimos tornarmo-nos sócios porque acreditamos na causa e no espírito de união e no associativismo.
APDCA – Já tirou partido dos serviços ou protocolos que colocamos à disposição dos nossos associados?
Paulo Salsa – Sim, utilizamos vários dos vossos protocolos e participamos, sempre que podemos, na vossa oferta formativa. Achamos que este é uma mais-valia interessante e que o currículo das formações se adequa ao setor em que estamos inseridos. Além disso recorremos algumas vezes ao apoio direto ao associado e ao apoio jurídico para nos ajudarem em alguma questão. Por fim, também aderimos ao Programa Usado Certificado da APDCA. Esta programa de certificação também pode ser uma importante característica diferenciadora e ajudar a atrair e reter clientes. Só gostávamos que mais empresas e empresários aderissem para tornar o programa ainda mais forte e impactante.
APDCA – Quais são os principais desafios que enfrenta na sua atividade e que gostaria de ver resolvidos com a maior brevidade.
Paulo Salsa – Para mim há dois problemas que, até pela injustiça que provocam, nos afetam particularmente. O tema do IUC para os automóveis em stock e o das garantias. O primeiro é de uma injustiça flagrante, já que a esmagadora maioria dos automóveis em stock estão parados, não estão a circular. Porque é que tenho de suportar mais um custo com um imposto (a juntar a tantos outros) de circulação por automóveis que estão parados ou em exposição? As empresas do setor já estão esmagadas pela carga fiscal e trabalham com margens baixíssimas, sermos obrigados a pagar impostos que nem sequer fazem sentido, encarece a atividade e sobrecarrega ainda mais as nossas tesourarias.
O mesmo se passa com a “lei das garantias”. Quando lhes interessa, o governo português é mais “papista do que o Papa” e, na transposição da legislação europeia, foi mais longe do que o próprio projeto original. Resultado, temos uma lei sem paralelo na Europa, criando, novamente, desigualdades inaceitáveis entre empresas de diferentes países e sobrecarregando, mais uma vez, as empresas que não operam à margem da lei e que cumprem com o que lhes é exigido. Estamos a falar de um aumento de custos, nas garantias, de 70% por carro. Já viram bem o que isso representa numa empresa que tenha 50, 100 ou mais carros em stock. Agora somem o IUC e o agravamento brutal do custo com as garantias e vejam o resultado para as empresas. Não há quem resista. E atenção, não estamos, de todo, contra as garantias. Sempre trabalhámos com garantia nos nossos automóveis e achamos correto que esta seja obrigatória, mas cada caso é um caso e não podemos encarar um automóvel usado com 4 anos da mesma maneira que olhamos para um com 14 anos. Quem fez esta lei não teve bom senso e, pior, não auscultou os operadores do setor nem quem saiba da “poda”. Parece que foi tudo feito em cima do joelho. Agora que parece que há alguma estabilidade governativa, talvez a APDCA pudesse voltar à carga com estes dois temas. Fica o pedido à laia de sugestão.