Testemunho de António Ribeiro – Gasolixa e Automóveis EAC

 

APDCA: Há quanto tempo atuam neste segmento de mercado e desde quando são associados da APDCA?

António Ribeiro (Gerente da Gasolixa e da Automóveis EAC) – A Automóveis EAC está em atividade há duas décadas, dedicando-se à comercialização de automóveis usados de qualidade, seminovos ou com um máximo de quatro ou cinco anos de idade. Temos instalações na Lixa e em Matosinhos, assegurando assim uma presença sólida na região.
Relativamente à APDCA, somos associados desde junho de 2018. Na altura, ouvi falar da Associação num encontro promovido por uma instituição financeira. Alguns empresários falaram da Associação e elogiaram o trabalho da APDCA, o que despertou a minha curiosidade. Após fazer algumas perguntas e analisar as informações no site da Associação – onde encontrei detalhes sobre os serviços de apoio ao associado, protocolos e formações –, decidi aderir. Não podia estar mais satisfeito com essa decisão.
Aderimos como Gasolixa que, na realidade tem uma vertente mais ligada ao fornecimento de combustíveis e serviços associados, sendo na Automóveis EAC que se desenvolve o nosso core business de comércio de automóveis usados.

APDCA – Que problemas identifica atualmente no setor dos automóveis usados, especialmente na vossa região?

António Ribeiro – Um dos principais problemas é a subida das taxas de juro, que dificultam o acesso ao crédito por parte dos clientes. Isso limita a capacidade financeira de muitos potenciais compradores, afetando o volume de vendas.
Além disso, nesta região, a concorrência desleal é um entrave de peso. Existem mais de quatro dezenas de “vendedores” de automóveis usados e alguns nem empresas constituídas têm. Agem como falsos particulares, não pagando impostos, não cumprindo as obrigações legais de garantia e vendendo a preços inferiores, prejudicando as empresas legalmente estabelecidas e, por extensão, a qualidade e a credibilidade do setor.
Este tema é, felizmente, frequentemente abordado pela APDCA no seu site e nas suas comunicações, apontando a importância da regulamentação e do cumprimento das normas, não só para proteger as empresas, mas também para salvaguardar os consumidores.

APDCA – Que tipo de intervenção gostaria de ver por parte da APDCA para ajudar a ultrapassar estes desafios?

António Ribeiro – Acredito que a APDCA pode ter um papel decisivo no combate à concorrência desleal, fomentando o diálogo com as entidades reguladoras e promovendo a criação de regulamentação específica para o setor. Reconheço o esforço constante para informar, aconselhar e representar os interesses dos associados junto das entidades competentes.
Quanto à chamada “lei das garantias”, não tenho grandes problemas, pois trabalhamos apenas com automóveis seminovos, muitos ainda com garantia de fábrica. Também já não recorremos às importações há algum tempo, preferindo adquirir stock em Portugal, o que também minimiza alguns riscos. Ainda assim, tenho consciência de que, no âmbito das ações da APDCA, o apoio ao combate a práticas pouco éticas no setor importador é igualmente importante.

APDCA – Falou há pouco no apoio que a APDCA oferece. Quais são os serviços ou protocolos da Associação que mais valoriza?

António Ribeiro – O apoio direto ao associado é muito importante. Regularmente consultamos o site da APDCA em busca de minutas de contratos e de alguns documentos legais. O apoio jurídico também é uma mais-valia inestimável, ajudando-nos até à adequação dos contratos às constantes alterações legais.
Os protocolos estabelecidos pela APDCA com diversas entidades – seguros, instituições financeiras, fornecedores de serviços – também se têm revelado extremamente úteis. Recordo-me, por exemplo, do seguro de responsabilidade civil para intermediários de crédito e do seguro de carta, que nos permitiram condições especiais e uma poupança significativa.
Também tiramos partido das formações ou ações de esclarecimento. Ainda há pouco participámos na ação sobre o Combate ao Branqueamento de Capitais e Financiamento ao Terrorismo. Da mesma forma, as newsletters com a agenda das formações e as atualizações fiscais e legislativas ajudam-nos a manter as nossas práticas em conformidade.
Por tudo isto, espero que a Associação continue a investir nos seus associados, garantindo a formação, o apoio jurídico e a diversificação dos protocolos, tal como tem feito até agora. E que mantenha a sensibilização das autoridades competentes para que seja criada regulamentação especifica, já que isto é fundamental para o nosso crescimento sustentado e para a credibilidade do setor no seu todo.