Entrevista EDriive – Carlos Correia (sócio-gerente)
APDCA – Há quanto exerce esta atividade, na área do comércio de automóveis usados, e como é que começou a sua ligação à APDCA?
Carlos Correia – Com porta aberta ao público e venda a clientes finais estou há 12 anos, mas no ramo, já que anteriormente trabalhava muito com leilões e venda a comércio, já lá vão uns 25 anos. Aqui o espaço EDriive (Wolfpowering – Comércio de Automóveis Lda.), que pertence ao Grupo Estoril Motor, existe há exatamente 12 anos. Em relação à APDCA, eu participei no grupo de WhatsApp que lançou a ideia de criar uma Associação que defendesse, especificamente, os interesses do setor do Comércio de Automóveis Usados. Da ideia à prática foi relativamente depressa. Começámos por fazer umas reuniões e tentar reunir o capital necessário para dar o “pontapé” de saída e eu, com muito orgulho e prazer, sou um dos 16 fundadores, juntamente com alguns colegas e parceiros que hoje considero meus amigos. Infelizmente, não tenho o tempo que gostaria para dedicar à APDCA e por reconhecer a importância da mesma e o trabalho meritório que tem sido feito é que gostaria de saudar e agradecer o papel do atual Presidente, Nuno Silva, e do anterior, Vitor Gouveia, bem como das direções a que presidem. Talvez muitos empresários do setor não tenham consciência que o tempo que eles dedicam à APDCA é retirado aos seus próprios negócios e às suas famílias.
APDCA – Quais são os grandes desafios que, na sua opinião, se colocam ao setor em que exerce a sua atividade?
Carlos Correia – Neste momento, o principal desafio é tentar limpar a imagem depreciativa que o setor, infelizmente, ainda detém. Já muito feito a bem da transparência e do rigor associados a esta atividade, mas ainda há muito trabalho pela frente. Este setor nunca foi bem-amado e a verdade é que, especialmente nos dias que correm, é uma clara injustiça. Todas as empresas que têm uma porta aberta e que cumprem com as suas obrigações perante as autoridades são altamente vigiadas e, elas próprias, não arriscam a sua imagem por uma atitude menos transparente. Além disso, os consumidores estão muitíssimo mais bem preparados e são conhecedores da realidade, tanto dos seus direitos como dos deveres, e os empresários são, também eles, na sua maioria altamente profissionais e competentes.
Outra situação que, felizmente, a APDCA está a acompanhar de perto, e até já encetou conversas com as entidades devidas, é a questão da polémica lei das garantias. Nós não queremos deixar ninguém desprotegido, antes pelo contrário, mas prazos tão dilatados e uma lei tão omissa em alguns pontos, só vão criar tensões e agravar os problemas económicos de algumas empresas. O Decreto-lei, como está, não serve os interesses de ninguém e o legislador não teve em atenção o real alcance do que se estava a fazer nem os diferentes graus de complexidade dos produtos que esta visa. Um automóvel não é a mesma coisa que uma torradeira ou um frigorífico, é um bem sujeito a um desgaste grande, é extremamente complexo e cujo estado pode variar de acordo com várias situações diferentes (tipo de utilização, estado do piso, manutenção, etc…).
APDCA – E a questão dos falsos particulares?
Carlos Correia – Eu facilmente identificaria meia dúzia deles, por isso imagine as autoridades… Claro que são um problema grave para as empresas sérias do setor. Para já, começam logo por promover uma concorrência desleal ao nível do preço. Não são obrigados a dar garantia, não fazem recondicionamentos, não pagam impostos, não precisam de ter uma estrutura montada. Enfim, não têm um décimo dos custos que nós temos, pelo que é fácil proporem preços mais baixos. Eu para ganhar 700€ num automóvel tenho de cobrar três vezes mais, para eles é sempre dinheiro em caixa. É tudo lucro! A ideia seria criar uma carteira profissional, à imagem do que acontece, por exemplo, no setor imobiliário e, enquanto tal não for possível, apostar cada vez mais nos usados certificados, como o Programa que a APDCA propõe. Só assim conseguimos criar um verdadeiro fator diferenciador e incutir nos clientes esta necessidade, esta mais-valia que é ter um automóvel usado certificado, com a certeza de que cumpre os mais exigentes requisitos.
APDCA – Quais são os protocolos da APDCA a que recorrem e aos quais atribuem uma importância acrescida?
Petra Rodrigues (Responsável financeira da Edriive) – Nós aqui damos particular relevância ao protocolo referente aos seguros de carta dos vários colaboradores com a Tranquilidade. Só com um dos seguros poupámos metade do valor. Estamos a falar de uma diferença de mais de 600€ para cerca de 300€. Isto porque o colaborador ainda é novo e sem este protocolo era muito penalizado. Ao recorrer ao protocolo entre a APDCA e a Tranquilidade isso não acontece. Só aqui já recuperaríamos o valor anual da quota da APDCA, mas como são vários os seguros que temos na empresa, a vantagem financeira é ainda mais dilatada, pois com o protocolo estabelecido com um maior nº de seguros associados à mesma seguradora temos um aumento nos descontos e nós na EDriive temos os seguros de carta, dos automóveis e até os seguros de saúde de alguns colaboradores, que apresentam valores muito mais competitivos.
APDCA – Há algum outro serviço da APDCA que queira destacar?
Petra Rodrigues – Sim, o apoio aos associados é sempre espetacular. Estão sempre disponíveis para ajudar e responder às questões ou dúvidas. O próprio fluxo de informação é essencial para estarmos a par das novidades legislativas, das alterações fiscais ou financeiras até de novos protocolos que podem ser vantajosos para a nossa atividade. Para mim o serviço que a APDCA presta aos associados é de extrema importância, no sentido de dar apoio à nossa atividade diária e de ajudar, efetivamente, na solução de problemas, até porque a Sandra Guerra está sempre disponível para ajudar e é muito eficiente e prática. Só por isto já valeria a pena ser associado da APDCA.